Em uma cidade com clima de 62 graus negativos, viver exige adaptações que ultrapassam a compreensão da maioria das pessoas. No coração da Sibéria, Oymyakon é palco de uma rotina gelada que transforma cada tarefa diária em um teste de resistência. Uma família local revela como é possível manter a vida em um dos lugares mais frios do planeta.

O vídeo disponível no YouTube documenta o cotidiano dessa família, mostrando desde o despertar em um ambiente escuro e congelante até a preparação das refeições e o cuidado com a casa.

Tudo precisa ser meticulosamente planejado para não sucumbir ao frio. O espírito de comunidade e a conexão com a natureza fazem parte da sobrevivência.

Ambiente gélido desde o amanhecer

A manhã começa com a penumbra do céu e o silêncio de um mundo coberto de neve. Os adultos e as crianças saem da cama sabendo que o frio não dará trégua. Colocar as roupas é um processo lento e estratégico. Luvas, botas, gorros e várias camadas são indispensáveis.

A cidade pode parecer parada no tempo, mas a vida continua. As crianças vão à escola e os adultos cumprem suas tarefas, mesmo com o risco constante de congelamento. O clima extremo é enfrentado com coragem e uma rotina rígida.

Moradia adaptada ao extremo

A casa dessa família não se parece com residências comuns. Ela foi projetada para reter o máximo de calor possível. A estrutura é reforçada e o fogão permanece ligado o tempo inteiro. A manutenção constante garante que não haja rachaduras por onde o frio possa entrar.

Como a água congela facilmente, é comum o uso de gelo derretido para atividades domésticas. O cuidado com o armazenamento e a proteção dos alimentos e utensílios faz parte da dinâmica diária de sobrevivência.

Dieta voltada para o alto consumo calórico

Para resistir às baixas temperaturas, a família consome alimentos com alto teor de gordura. Carne crua congelada e peixes locais são frequentes nas refeições. Essa dieta fornece energia para suportar o frio intenso sem comprometer a saúde.

Como não há necessidade de refrigeradores, os alimentos são guardados ao ar livre. O congelamento natural, embora prático, exige cuidados no momento do preparo, já que a rigidez do gelo pode dificultar o manuseio e o consumo.

Cultura preservada mesmo no frio

Apesar das dificuldades, a identidade cultural é valorizada. O uso de vestimentas tradicionais, a prática de costumes antigos e o respeito às tradições marcam a rotina da família. O convívio entre gerações fortalece o conhecimento ancestral.

As crianças aprendem desde cedo a respeitar o meio em que vivem e a participar das atividades típicas. O clima pode ser extremo, mas a cultura segue firme, conectando passado e presente.

Veja o vídeo:Criando 22 crianças na Cidade mais Fria do Mundo a -64°C | Yakutia, Sibéria

Fonte: Diário do Litoral